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Como a taxa de performance funciona e quando é cobrada? Entenda!

Como a taxa de performance funciona e quando é cobrada? Entenda!

Você já ouviu falar em taxa de performance? Essa, é uma cobrança dos fundos de investimento que oferecem boa rentabilidade aos clientes. Sua cobrança é válida desde que o percentual de ganhos ultrapasse o benchmark.

Portanto, a taxa de performance tem dois aspectos a considerar. De um lado, incentiva o gestor a obter bons resultados. De outro, é um custo extra para o investidor.

Então, quando compensa pagar esse valor? Só você pode chegar a essa conclusão. Afinal, é preciso analisar um fundo específico, masara ajudar nesse processo, explicamos o que é essa taxa. Acompanhe!

O que é taxa de performance?

A taxa de performance pode ser entendida como uma “taxa de sucesso”: ela é cobrada dos investidores quando a rentabilidade de um fundo excede o benchmark estabelecido. O valor serve para remunerar o bom trabalho do gestor e incentivá-lo.

Também chamada de success fee, essa cobrança é opcional e condicional. Isso porque ela nem sempre é aplicada e, quando adotada, incide somente quando a rentabilidade ultrapassa o padrão de referência.

Portanto, serve como um estímulo ao gestor. Dessa forma, ele continua buscando os melhores produtos para compor a carteira do fundo.

Como essa taxa funciona?

A incidência da taxa de performance depende da superação de 100% ou mais do benchmark. Por exemplo, se a referência for o CDI, é preciso equivaler ou superar esse indicador.

O indexador utilizado depende do fundo, pois cada um define o mais adequado à sua estratégia. Apesar disso, os mais comuns são:

  • Ibovespa, para fundos de ações;
  • dólar, para fundos cambiais;
  • Certificado de Depósito Interbancário (CDI), para os demais.

Como é feita a cobrança?

A taxa de sucesso incide a cada 6 meses e a cobrança é automática. Portanto, sempre que o benchmark for superado, o investidor a paga. Isso porque é feito o provisionamento conforme o valor da cota.

Ainda existe a chamada linha d’água. Esse é um sistema de compensação. Assim, uma rentabilidade abaixo do índice de referência é abatida na cobrança dos próximos períodos.

Por exemplo, o fundo tem o Ibovespa como benchmark. Em determinado período, ele rendeu somente 80%. Portanto, ficou abaixo do esperado.

No período seguinte, ele chegou a 105% do índice. Assim, os 5% de rentabilidade acima da meta deixam de ser cobrados. Isso porque houve uma rentabilidade 20% menor que anteriormente.

Desse modo, a cobrança só é efetivada depois que toda a diferença for compensada. É importante explicar ainda que a alíquota normalmente aplicada é de 20%. 

o que é performance?

Quais Fundos de investimento podem cobrar taxa de performance?

Sob uma visão geral, os Fundos que podem cobrar taxa de performance são aqueles com Gestão ativa.

Ou seja: são os Fundos nos quais o Gestor atua diretamente buscando mais rendimento e, portanto, podem ter um custo” pelo trabalho efetivo. 

Se enquadram neste tipo de Fundo:

  1. Fundos Multimercado;
  2. Fundos Cambiais;
  3. Fundos de ações.

Isso significa que os Fundos de Gestão passiva, como os de renda fixa e demais modalidades, não podem cobrar esta taxa, apenas a de administração.

Quais fundos aplicam a success fee?

 O mais comum é que essa taxa por desempenho incida em fundos com gestão ativa. Isso porque o gestor precisa ter uma atuação direta para garantir o rendimento.

Os fundos com gestão ativa costumam ser os de ações, multimercados e cambiais. Outras modalidades estão proibidas de cobrar essa taxa.

Exemplo de cobrança de taxa de performance

Imagine que um fundo de ações tenha uma success fee de 20% e o benchmark é o Ibovespa.

No período analisado, o índice valorizou 6%. Por sua vez, o fundo teve uma rentabilidade de 11%, considerando o desconto de taxa de administração e outras despesas.

Nesse cenário, o cálculo da taxa de performance deve contabilizar a diferença e multiplicar pela alíquota. Ou seja:

(11% – 6%) x 20% = 1%

Assim, o investidor pagará 1% de cada cota. Ao mesmo tempo, o gestor receberá 1% do capital total investido no fundo no final do semestre.

Quais outros custos existem sobre os Fundos de investimento?

Quando se trata dos Fundos de Investimento, é preciso ter em mente que esta não é a única taxa cobrada. Existem outros custos previstos para investidores da modalidade:

  1. Come-cotas

É conhecida como come-cotas a antecipação do IR sobre os Fundos de investimento. A cobrança, feita a cada seis meses, com alíquota mínima de 15% — sempre nos últimos dias úteis de maio e novembro — não incide sobre Fundos Imobiliários ou de Ações.

  1. Taxa de Administração

Taxa de administração e taxa de performance andam lado a lado, porém, são diferentes.

A taxa de administração é cobrada como uma forma de remuneração ao Gestor por todo o trabalho exercido no Fundo. É uma porcentagem anual sobre o valor investido.

  1. Impostos

Ao contrário do que acontece nos Fundos Imobiliários, por exemplo, os investidores de Fundos de Investimento precisam, sim, pagar Imposto de Renda.

O IR incide sobre a rentabilidade do investimento, respeitando as regras de cada classe de Fundos. Existem algumas exceções nas quais a tributação ocorre, por exemplo, apenas no momento do resgate.

  1. Taxas de entrada e saída

Existem, também, as taxas de entrada e de saída.

A taxa de entrada funciona como um “ingresso” que lhe dá o direito de participar do Fundo. Ela é debitada antes do investimento e pode variar em valor de acordo com o Fundo.

Enquanto isso, a taxa de saída incide sobre os resgates feitos pelos investidores, e tem a principal função de incentivar a manutenção do investimento pelos cotistas.

Quando vale a pena investir em um fundo com taxa de performance?

A cobrança da success fee retira parte do rendimento do investidor. Ainda assim, pode valer a pena. Isso porque ela é um incentivo ao gestor. Portanto, ele busca conseguir o melhor desempenho possível. 

A seguir, alguns pontos para levar em consideração na hora de avaliar se vale ou não a pena investir em um FII com taxa de desempenho:

  • Parâmetro acima do Benchmarking

Sempre observe qual é o índice de referência do fundo. Uma meta acima do benchmarking — quando o Fundo tem um retorno maior do que o dos concorrentes, por exemplo —  é um sinal de que o investimento pode valer a taxa.

  • Ativos muito interessantes

Se um fundo conta com ativos muito interessantes, que apresentam possibilidade de valorizar — aumentando o valor das cotas, assim como a rentabilidade do Fundo —, a taxa de performance pode não oferecer risco para um rendimento acima da média do mercado.

Além disso, é importante lembrar que esta taxa é muito comum em alguns segmentos e, assim, se torna um pagamento quase que necessário para que se possa ter acesso certos fundos.

  • Boa administração do Fundo

A taxa de performance, como citamos ao longo do texto, é uma forma de recompensar um profissional que fez um bom trabalho.

Portanto, se o investidor observar que um Fundo é resiliente em meio a crises e apresenta outras características de um investimento com boa administração, vale a pena, sim, pagar esta taxa.

Saber o que é taxa de performance e como ela funciona é muito importante, pois, assim, é possível se proteger de uma rentabilidade baixa ou, ainda, poder realizar o cálculo de previsão de rendimentos adequado na sua carteira.

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    Jacinto Neto
    Jacinto Neto Analista CNPI e sócio do Funds Explorer
    Formado em administração pública pela FGV-SP, mestre em Finanças e Controladoria pela FIPECAFI, analista CNPI e sócio do Funds Explorer. Possui experiência maior que 5 anos, trabalhando com estratégia de investimentos, planejamento e modelagem financeira, além de análise de fundos de investimento imobiliário.

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