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Investindo em Infraestrutura: saiba o que são os FI-Infras

Investindo em Infraestrutura: saiba o que são os FI-Infras

Até pouco tempo atrás restritos apenas a investidores qualificados e profissionais, alguns Fundos de Infraestrutura mudaram suas regras para atrair pequenos investidores. E agora podem ser negociados na Bolsa de valores.

Entretanto, vale a pena investir neles? Acompanhe até o final e descubra tudo o que você precisa saber sobre os Fundos de Infraestrutura!

O que são Fundos de Infraestrutura e como funcionam?

Os Fundos de Infraestrutura, ou FI-Infra são um  tipo de Fundo de Investimento que, desde junho de 2020, começou a ser listado na Bolsa de Valores (B3).

Estes fundos destinam os recursos captados dos cotistas a investimentos voltados à infraestrutura, como o próprio nome sugere.

Tal tipo de Fundo pode investir na compra de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e principalmente de debêntures incentivadas, que são títulos de dívida emitidos por empresas privadas do setor. Exemplos são a construção e manutenção de estradas, saneamento básico e geração de energia renovável.

Os FIIs de Infraestrutura são constituídos como condomínio fechado, e o cotista não pode resgatar suas cotas antes do fim do período determinado. Sendo assim, ao decidir sair do investimento, o cotista só consegue fazer isso por meio da venda de suas cotas no mercado secundário.

Os FI-Infras podem ter diferentes benchmarks (o CDI é um dos exemplos), e são isentos de Imposto de Renda sobre rendimentos, ganhos de capital e amortização para pessoas físicas.

Fundos de Infraestrutura são iguais aos FIIs?

Embora esses Fundos possam ser parecidos com os Fundos Imobiliários aos olhos da maioria dos investidores, existem diferenças entre os dois tipos de investimentos.

Os FIIs que mais se aproximam dos FI-Infras de debêntures incentivadas são os de CRIs, ou seja: alguns Fundos de Papel. Mesmo assim, se tratam de setores muito diferentes de investimentos, que não podem ser simplesmente comparados sem um contexto.

Isso porque, na verdade, há uma diferença crucial entre os dois: as debêntures não costumam pagar juros mensalmente. Isso afeta a distribuição de remuneração dos Fi-Infras, que podem pagar semestralmente ou anualmente, enquanto os FIIs distribuem dividendos mensais.

Vale lembrar que isso deve ser consultado antes do investimento, afinal, tal fator pode variar de acordo com o Fundo.

Qual é a principal diferença entre os dois?

Em geral, a principal diferença quando se compara os FI-Infra aos FIIs é o fluxo. Projetos de infraestrutura funcionam de uma forma totalmente diferente dos projetos imobiliários, e tendem a ter um perfil de risco maior.

Isso se dá pois, os ativos dos FIIs, uma hora ou outra se renovam. Enquanto isso, os projetos de infraestrutura dão rendimentos enquanto duram e, no final, os ativos são devolvidos ao Governo.

Nos Fundos de Infraestrutura, o que traz valor ao investidor são os dividendos acumulados, tendo em mente que as cotas do Fundo tendem a diminuir com o passar do tempo.

No entanto, FIIs e FI-Infras ainda têm semelhanças entre si. Ambos são investimentos ótimos para quem busca renda recorrente e compõem a renda variável.

Para quem os FI-Intras são recomendados?

Em sua essência, os FI-Infras são investimentos de renda fixa. Porém, eles conseguem criar uma espécie de “casca” para abrigar seus ativos e permanecerem listados na Bolsa, oferecendo ao investidor a vantagem da isenção do Imposto de Renda.

Sendo assim, os Fundos de Infraestrutura, mesmo categorizados como renda variável, podem ser utilizados por investidores que visam montar uma carteira de renda fixa. Afinal, a única diferença é que, ao invés de comprar diretamente do mercado, o investidor compra a cota através da Bolsa.

Mesmo que a distribuição de rendimentos dos FI-Intras não seja mensal, esta é uma característica que não deve deixá-lo desanimado, pois a remuneração dos Fundos de Infraestrutura, a longo prazo, tende a ser tão atrativa quanto a dos FIIs — em alguns casos, até mais.

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O cenário está favorável para investir nesses Fundos?

Embora este seja um tipo de investimento relativamente novo, isso não significa uma ameaça ou má escolha.

Na verdade, o momento é ótimo para adquirir estes ativos. A busca por debêntures incentivadas tem sido cada vez maior, visto que elas também são ativos de dívida isentos de Imposto de Renda — possuem alta procura pelos investidores. 

Com o aumento dos juros, no entanto, é comum que vários Fundos caiam um pouco. É um fenômeno natural, porém, que pode trazer medo desses ativos e até causar um possível efeito manada em relação a isso.

Entender os movimentos naturais desse tipo de ativo é muito importante. Afinal, se assustar com uma queda e vender suas cotas é uma decisão que pode gerar problemas se tomada por muitas pessoas, pois a liquidez do ativo se torna muito baixa e faz com que os papéis caiam ainda mais.

No geral, existem boas oportunidades no mercado atualmente para investidores que desejam tentar algo diferente para aumentar a diversificação da carteira e acreditam no futuro dos FI-Infras. Alguns Fundos conseguiram incluir ativos não muito vistos pelo mercado, que oferecem rentabilidade acima da média.

Como investir em Fundos de Infraestrutura?

Os FI-Infras que já estão disponíveis estão listados na Bolsa de Valores. Portanto, para começar a investir, é preciso abrir uma conta em corretora.

Antes de começar a investir, estude muito (lembre-se de consumir conteúdo de qualidade) e analise os Fundos com cuidado. Por se tratar de uma novidade, pode ser válido pedir ajuda a um profissional.

Se o ajudamos a entender o que são os Fundos de Infraestrutura e como essa modalidade funciona, acompanhe nossos artigos e aprenda muito mais sobre como investir de forma estratégica!

ACESSO RÁPIDO
    Jacinto Neto
    Jacinto Neto Analista CNPI e sócio do Funds Explorer
    Formado em administração pública pela FGV-SP, mestre em Finanças e Controladoria pela FIPECAFI, analista CNPI e sócio do Funds Explorer. Possui experiência maior que 5 anos, trabalhando com estratégia de investimentos, planejamento e modelagem financeira, além de análise de fundos de investimento imobiliário.

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