
O HGLG11, um dos maiores e mais consolidados fundos imobiliários do setor logístico da B3, anuncia nova emissão de cotas. A proposta prevê uma captação inicial de R$ 2 bilhões, com possibilidade de extensão até R$ 2,5 bilhões, caso haja demanda pelo lote adicional de 25% aprovado em assembleia.
A emissão ocorre em um momento estratégico, em que o setor logístico brasileiro mostra resiliência e potencial de crescimento mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador.
Oportunidade ou risco? Entenda o contexto da nova emissão do HGLG11
A proposta de emissão bilionária do HGLG11 mostra que, apesar das incertezas econômicas, o setor de galpões logísticos segue aquecido. De acordo com uma reportagem da Buildings (2024), o mercado vive um período de dinamismo e expansão sustentável.
Alguns dados que reforçam esse otimismo:
- Mais de 1.000 empreendimentos concluídos no Brasil, somando cerca de 35,6 milhões de m² de estoque logístico.
- Cerca de 4,2 milhões de m² em construção ou projeto.
- 527 mil m² entregues apenas no primeiro trimestre de 2024, com absorção líquida de 513 mil m².
- Aluguel médio de R$ 25,43/m²/mês, com vacância em queda (9,7% – o menor nível desde 2013).
- Grandes empresas como Mercado Livre, Shopee, Ambev, DHL e Pepsico estão entre os maiores tomadores de espaço, muitas vezes locando antes mesmo da obra ser concluída.
Esse cenário reforça a visão da gestão do HGLG11: há espaço para crescer e consolidar ativos logísticos de alta qualidade, aproveitando o momento positivo da demanda.
Detalhes da 10ª emissão de cotas do HGLG11
A nova emissão de cotas segue os seguintes parâmetros:
- Valor inicial da captação: R$ 2 bilhões
- Possibilidade de lote adicional: até R$ 2,5 bilhões no total
- Valor patrimonial por cota (junho/2025): R$ 162,73
- Taxa de distribuição: até 2,9%
- Captação mínima: R$ 30 milhões
- Investimento mínimo por investidor: 10 cotas
- Direito de preferência: garantido aos atuais cotistas
A estratégia é fortalecer o caixa para novas aquisições alinhadas à política do fundo, atender obrigações financeiras e manter uma reserva de liquidez saudável.
O que o fundo oferece hoje?
O HGLG11 é gerido pela Credit Suisse Asset (CSHG) e se consolidou como uma das principais referências do setor logístico no Brasil.
Confira os dados mais recentes (junho/2025):
- Patrimônio líquido: R$ 5,5 bilhões
- Carteira: 28 ativos logísticos espalhados pelo país
- Área bruta locável (ABL): ~1,6 milhão de m²
- Vacância física: apenas 3,5%
- Número de inquilinos: 145
- Dividendos recentes: R$ 1,10 por cota (yield anualizado de ~8,3%)
- Número de cotistas: mais de 250 mil
- Principais obras em andamento: expansão de ativos existentes e retrofit de centros logísticos
A emissão é positiva?
A nova emissão do HGLG11 pode ser encarada como uma oportunidade estratégica tanto para o fundo quanto para os investidores. Em um mercado com demanda aquecida por galpões logísticos de alto padrão, captar recursos para novas aquisições é uma forma de manter o fundo competitivo e com bom potencial de valorização no médio e longo prazo.
O investidor deve, no entanto, analisar se a diluição patrimonial será compensada por aquisições de qualidade — o que a gestão do HGLG11 tem historicamente conseguido fazer.
