O Fiagro SNAG11, gerido pela Suno Asset, alcançou uma nova máxima histórica ajustada por dividendos na sexta-feira (14), impulsionado pela Data Com e pelas perspectivas positivas para a produção de soja em 2026. O fundo fechou a R$ 10,22, maior valor nominal do ano, consolidando um movimento de valorização acompanhado por forte liquidez e aumento dos proventos. Desde o início de novembro, acumula alta de 6,24%, reforçando o apetite do mercado por ativos ligados ao agronegócio.
O anúncio dos dividendos do SNAG11 a R$ 0,13 por cota — o maior desde a listagem — catalisou a demanda. O pagamento ocorre em 25 de novembro para investidores posicionados no fechamento de sexta-feira. A distribuição representa rentabilidade mensal de 1,35% e um dividend yield anualizado próximo de 16%, valor 30% superior ao de novembro de 2024, quando foram pagos R$ 0,10 por cota. Esse avanço reforça a tese de renda recorrente do fundo.
A Suno Asset aponta o ambiente setorial como determinante. O IBGE elevou a projeção da safra de 2025 para 345,6 milhões de toneladas, alta de 18,1% ante 2024. Para 2026, a estimativa inicial é de 332,7 milhões de toneladas, com destaque para a soja — principal exposição do SNAG11 — cuja produção deve crescer 1,1%, a 167,7 milhões de toneladas. A combinação de expansão de área e ganho de produtividade sustenta o otimismo.
A carteira do fundo reflete perfil conservador, com patrimônio líquido de R$ 620,2 milhões majoritariamente alocado em operações de crédito atreladas ao CDI. A diversificação inclui mais de 250 devedores high grade, com exposição adicional a café e laticínios. O monitoramento contínuo via Agro Score, da Serasa Experian, contribui para manutenção de inadimplência zerada — um diferencial de risco salientado pela gestora.
Em termos de mercado, o SNAG11 está entre os Fiagros mais negociados, mantendo liquidez média diária acima de R$ 1,5 milhão em outubro e superior a R$ 1 milhão ao longo do ano. Na Data Com, o volume superou R$ 2,6 milhões, evidenciando maior interesse institucional e de varejo. O desempenho também reflete a percepção de que Fiagros são peça-chave no financiamento do setor.
Por ser um fundo listado sem resgates, o SNAG11 consegue estruturar financiamentos de longo prazo para equipamentos e infraestrutura, projetando fluxos de caixa estáveis. Essa arquitetura eleva a previsibilidade de receitas e a consistência no pagamento de dividendos, reforçando a atratividade do veículo em um cenário de juros elevados e recursos públicos restritos.
