XPML11 concluiu a venda de participações em nove shoppings, em operação de R$ 1,651 bilhão, e direciona os recursos para reduzir alavancagem e preservar a distribuição de proventos. Segundo a gestora, a transação reforça a liquidez imediata do FII e amplia a visibilidade para a manutenção dos pagamentos aos cotistas, com impacto positivo na estrutura de capital e no perfil de risco do portfólio.
A negociação abrange ativos em São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Santo André, Duque de Caxias, Manaus e Salvador. Entre as fatias vendidas, destacam-se 45% do Tietê Plaza, 25% do Campinas Shopping, 20% do Grand Plaza e 100% do Shopping Downtown. Também foram incluídas participações no Metropolitano Barra, Partage Santana, Caxias Shopping, Ponta Negra e Bela Vista, compondo um pacote diversificado de centros comerciais.
No fechamento, o fundo recebeu R$ 1,028 bilhão como sinal e terá uma parcela adicional de R$ 52,3 milhões em 15 de janeiro de 2026, corrigida por 50% do CDI até a quitação. O saldo de R$ 528,5 milhões será liquidado em até cinco anos. A XP Asset não detalhou o cronograma dessa última parte, preservando flexibilidade na execução financeira.
Do montante inicial, R$ 191,47 milhões foram destinados à integralização de cotas subordinadas do FII Master, veículo que comprou os ativos. Essa estrutura mantém o XPML11 como proprietário indireto das participações alienadas e permite capturar ganhos futuros. O FII Master tem prazo de cinco anos, prorrogável por até um, e mira retorno anual de 20%.
Estratégia, liquidez e a manutenção de dividendos do XPML11
A operação endereça o principal desafio de curto prazo do fundo: a quitação de parcelas de aquisições a prazo, que somavam cerca de R$ 780 milhões. Com a entrada de recursos, foi eliminada a necessidade de captação adicional estimada em R$ 350 milhões, aliviando a pressão de caixa e reduzindo custos financeiros.
O ganho de capital projetado é de aproximadamente R$ 278,2 milhões, ou R$ 4,75 por cota, considerando o valor da transação frente ao valor contábil dos ativos. Parte relevante desse resultado virá do Neomall FII, integralmente detido pelo fundo, o que auxilia a linearizar a distribuição de dividendos.
A gestão reafirmou o guidance de proventos, com faixas entre R$ 0,86 e R$ 0,92 por cota até o fim do primeiro semestre de 2026. Atualmente, o patamar de distribuição mensal está em torno de R$ 0,92 por cota há um ano, o que reforça a previsibilidade para o cotista e sustenta o apelo do XPML11 como veículo de renda recorrente.