O fundo imobiliário VRTA11, administrado pela Fator, ampliou suas alocações em crédito durante outubro, priorizando operações com maior retorno ajustado ao risco.
Entre os movimentos, destacam-se os aportes adicionais no CRI Epitácio, no valor de R$ 5,1 milhões, com remuneração de CDI + 4% ao ano, e no CRI Summus, de R$ 4,6 milhões, atrelado ao IPCA + 11,5% ao ano. As taxas contratadas superam a média do mercado de recebíveis, reforçando o foco em eficiência de carteira e geração de caixa.
O resultado contábil do mês somou R$ 11,6 milhões, sustentando a estratégia de distribuição consistente. Houve também o resgate antecipado do CRI Grupo Mateus II, que devolveu cerca de R$ 5,3 milhões ao patrimônio, liberando liquidez para novas alocações.
Na frente administrativa, ocorreu a alteração do ticker do FII RVBI11 para PSEC11, ajuste refletido nos registros internos e no mercado secundário.
Em outubro, o VRTA11 distribuiu R$ 0,85 por cota aos cotistas, mantendo uma reserva de R$ 0,68 por cota para suavizar oscilações nas futuras distribuições.
Essa prática é comum em fundos de crédito imobiliário e ajuda a mitigar a volatilidade, especialmente em ambientes de juros elevados. O caixa encerrou o mês em R$ 46,8 milhões, aproximadamente 3,5% do patrimônio líquido, destinado tanto a proventos quanto a novas operações.
Segundo a gestão, quatro CRIs estão em fase final de análise e podem somar R$ 65 milhões em novas alocações ainda em 2025. Além disso, o fundo mantinha R$ 56 milhões em operações compromissadas reversas ao fim de outubro, reforçando a gestão ativa de liquidez. Essas posições rendem CDI + 0,74% ao ano, com vencimento previsto para dezembro de 2025.
Desempenho e contexto de mercado do VRTA11
No mercado secundário, as cotas recuaram, movimento associado ao patamar elevado de juros, uma dinâmica comum no segmento de FIIs de crédito. Apesar disso, o desempenho operacional se manteve sólido: ao preço de fechamento de R$ 77,99, o dividend yield mensal foi de 1,09%, equivalente a cerca de 101% do CDI com gross-up de IR de 15%.
O P/VP encerrou outubro em 0,93x, indicando negociação com desconto frente ao valor patrimonial. A inflação voltou ao campo positivo, com IPCA de 0,48% em setembro, beneficiando CRIs indexados ao IPCA, que tipicamente têm defasagem de dois a três meses para repasses.
No horizonte próximo, a combinação de inflação positiva, descontos no mercado secundário e pipelines de VRTA11 em CRIs indexados à inflação reforça o posicionamento estratégico do fundo. A gestão segue focada em crédito imobiliário, com ênfase em ativos de maior qualidade e remuneração, buscando equilíbrio entre retorno, liquidez e controle de risco.