A Petrobras (PETR4) anunciou a assinatura de novos contratos comerciais de longo prazo com a Braskem, substituindo acordos próximos do vencimento e reforçando o fornecimento de nafta petroquímica, etano, propano, hidrogênio e propeno. Com valor estimado superior a US$ 17 bilhões e prazos de até 11 anos, os contratos elevam a previsibilidade de receitas e consolidam a demanda por derivados estratégicos a partir de 2026.
Os preços estão atrelados a referências internacionais, mitigando distorções e alinhando as condições ao mercado global de commodities. A transação foi classificada como operação com parte relacionada e aprovada pelo Comitê de Auditoria Estatutário, preservando a governança e a transparência.
A estrutura contempla três frentes: nafta petroquímica (US$ 11,3 bilhões por cinco anos), gases — etano, propano e hidrogênio — (US$ 5,6 bilhões por 11 anos) e propeno (US$ 940 milhões por cinco anos). Há cláusulas de retirada mínima mensal e flexibilidade para volumes adicionais, o que confere eficiência operacional às partes.
Entre 2026 e 2028, os volumes de gases permanecerão nos níveis atuais, com aumento a partir de 2029 para suportar a expansão planejada da Braskem. Essa dinâmica permite à Petrobras manter fornecimento estável no curto prazo e capturar crescimento de receitas conforme a demanda petroquímica avança.
Os contratos de propeno, envolvendo as refinarias Reduc, Recap e Refap, prevêem fornecimento escalonado a partir de maio de 2026 por cinco anos, complementando o portfólio de derivados da companhia. O desenho comercial reforça a integração entre a estatal e a maior petroquímica da América Latina, com impacto direto no planejamento industrial e comercial.
Além de ampliar a resiliência operacional, a indexação a referências internacionais sustenta a competitividade e acompanha a ciclicidade das commodities. A expectativa é alcançar mais de quatro milhões de toneladas de nafta em 2026, com crescimento gradual até 2030, ancorando investimentos e capacidade de produção.
No comunicado, a Petrobras destacou condições “estritamente comutativas” e aderentes ao mercado, assegurando previsibilidade para ambas as empresas. O pacote fortalece vínculos estratégicos e posiciona o complexo petroquímico brasileiro para um novo ciclo de eficiência e expansão.