A Petrobras (PETR4) fechou novos contratos comerciais de longo prazo com a Braskem em 18 de dezembro de 2024, assegurando previsibilidade de receitas e demanda firme para derivados petroquímicos. Os acordos substituem contratos próximos do vencimento, trazem volumes relevantes e preços referenciados internacionalmente, com prazos que vão de cinco a onze anos. O pacote cobre nafta, etano, propano, hidrogênio e propeno, reforçando a integração operacional entre as companhias.
A partir de 2026, o impacto será direto no planejamento industrial e comercial da estatal, com fluxo de caixa mais estável e contratos ancorados em benchmarks globais. Para investidores, o movimento indica menor volatilidade e maior visibilidade sobre margens. A Petrobras ainda amplia gradualmente volumes, alinhando oferta à expansão de capacidade da parceira.
Principais pontos dos contratos incluem fornecimento de nafta para plantas da Braskem em SP, BA e RS; gases (etano, propano, hidrogênio) no RJ; e propeno oriundo das refinarias Reduc, Recap e Refap. Os valores somam mais de US$ 17 bilhões, com vigência iniciando em 2026 e preços indexados ao mercado internacional. Essa indexação aumenta a transparência e reduz distorções regionais.
Em nafta, o acordo prevé retirada mínima mensal com flexibilidade para volumes adicionais, capacidade acima de quatro milhões de toneladas em 2026 e crescimento até 2030. O valor estimado é de US$ 11,3 bilhões por cinco anos. A referência internacional de preços sustenta competitividade e disciplina comercial para a Petrobras.
No segmento de gases, a petroleira assinou contrato de onze anos para fornecimento de etano, propano e hidrogênio no RJ, estimado em US$ 5,6 bilhões. Entre 2026 e 2028, os volumes permanecem estáveis, com escalonamento a partir de 2029 para atender a expansão da Braskem. Esse desenho reduz riscos de execução e favorece investimentos de longo prazo em logística e processamento.
Os acordos de propeno completam o pacote estratégico, com fornecimento das refinarias Reduc, Recap e Refap, valor estimado de US$ 940 milhões e vigência de cinco anos a partir de maio de 2026. A diversificação de origens eleva a resiliência operacional e a disponibilidade do insumo.
No comunicado oficial, a Petrobras ressaltou que os contratos foram firmados em condições comutativas, com preços alinhados a referências internacionais e em linha com o mercado, classificados como transação com parte relacionada e apreciados pelo Comitê de Auditoria. Para o mercado, o conjunto reforça a posição da estatal no polo petroquímico, com demanda consistente por produtos de maior valor agregado e menor exposição à volatilidade doméstica.