Os Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) ainda são pouco conhecidos entre os investidores brasileiros, apesar de oferecerem características muito atraentes, principalmente para quem busca renda isenta de imposto. Esses fundos são negociados na bolsa, como os FIIs, mas investem em títulos de renda fixa voltados ao financiamento de projetos de infraestrutura, como saneamento, energia, telecomunicações e rodovias.
A necessidade de infraestrutura no Brasil é gigantesca. Segundo dados do Censo 2022, do IBGE, 45% da população não tem acesso à rede de esgoto e mais de 35 milhões de brasileiros não têm água tratada. Isso demonstra tanto o tamanho do problema quanto o potencial de crescimento do setor. A demanda por investimentos privados é enorme, e é justamente aí que entram os FI-Infra: eles canalizam recursos do mercado para projetos essenciais ao desenvolvimento econômico.
Dentro deste universo, o SNID11 (Suno Infra Debêntures) tem ganhado destaque pela estratégia clara, boa diversificação, transparência e rendimento interessante. A seguir, vamos falar sobre alguns dos principais pontos do fundo e, lembrando, que nada aqui é uma recomendação e que todo investimento possui riscos que devem ser conhecidos pelo investidor antes de investir.
1. Rendimentos isentos e atrativos
O grande diferencial dos FI-Infra é a isenção total de imposto de renda, tanto sobre os rendimentos quanto sobre o ganho de capital. No caso do SNID11, o último relatório gerencial mostra um Dividend Yield anualizado de 16,24%, um patamar acima da média de produtos de renda fixa tradicionais.
Além disso, o fundo adotou uma política de Guidance clara, projetando distribuições entre R$ 0,10 e R$ 0,13 por cota, conforme o patamar atual da taxa Selic.
2. Carteira diversificada e setorialmente sólida
O SNID11 tem uma carteira robusta composta majoritariamente por debêntures incentivadas de setores mais seguros dentro da infraestrutura, como energia elétrica, portos e saneamento. Os pesos das posições são bem distribuídos, evitando concentração excessiva.
Além disso, os emissores possuem ratings elevados, como AAA e A+, o que reduz significativamente o risco de crédito — um dos pontos mais sensíveis em fundos que compram debêntures.
3. Indexação ao CDI com estratégia inteligente de derivativos
Apesar das debêntures incentivadas serem majoritariamente indexadas ao IPCA, o SNID11 utiliza derivativos para fazer swap de indexador e transformar parte relevante da carteira em CDI. Isso reduz a volatilidade e aumenta a previsibilidade dos rendimentos.
É uma solução inteligente porque:
- em cenário de juros altos, o fundo captura bem a remuneração elevada do CDI
- e caso a Selic caia, a gestão pode ajustar o hedge, mantendo uma parte em IPCA para preservar o ganho real
Essa flexibilidade é um diferencial competitivo importante.
4. Taxa de administração competitiva
O SNID11 cobra 0,95% ao ano (taxa de gestão + administração), sem taxa de performance.
Para um FI-Infra ativo, com estratégia que envolve análise de crédito, derivativos e gestão profissional de longo prazo, o percentual que pode ser considerado competitivo.
5. Crescimento do número de cotistas e melhora da liquidez
O fundo vem aumentando gradualmente sua base de cotistas e sua liquidez média diária, hoje na casa dos R$ 115 mil por dia. Embora ainda abaixo da liquidez dos grandes FIIs, é natural para um setor novo e em expansão. A tendência é de melhora conforme os FI-Infra se popularizam.
Considerações finais
O SNID11 se destaca por unir isenção de imposto, estratégia clara, diversificação sólida e rendimentos elevados. Em um país carente de infraestrutura, FI-Infra como ele cumprem um papel importante no financiamento de projetos essenciais, ao mesmo tempo em que oferecem boas oportunidades ao investidor. Como sempre, não se trata de recomendação de compra ou venda, mas de um convite para estudar uma classe de ativos que ainda está só no começo no Brasil. Caso bem selecionados, FI-Infra podem ser uma ferramenta poderosa dentro de uma carteira focada em renda e longo prazo.
