O mercado de fundos imobiliários no Brasil vem passando por uma evolução significativa, oferecendo cada vez mais possibilidades de escolha para o investidor. Diferentemente da compra de um imóvel físico, que exige um alto valor inicial, pouca liquidez e altos custos de manutenção, os fundos imobiliários (FIIs) permitem acesso ao setor com valores menores, diversificação e, principalmente, maior liquidez.
Nos últimos anos, uma tendência ganhou força: o desdobramento das cotas em base 10. Nesse processo, fundos que antes eram negociados em torno de R$100 passaram a valer em torno de R$10 por cota. Essa mudança não altera o patrimônio do investidor, mas aumenta a acessibilidade e a liquidez no mercado secundário, atraindo tanto iniciantes quanto grandes instituições.
Neste artigo, vamos analisar quatro fundos imobiliários de R$10 que adotaram essa estratégia: BTCI11, GARE11, SNAG11 e KNSC11. Vamos entender como cada um funciona, seu perfil de gestão, estratégia e perspectivas de dividendos.
BTCI11 – BTG Pactual Crédito Imobiliário
O BTCI11 é gerido pela BTG Pactual, uma das maiores instituições financeiras da América Latina, o que já garante um peso relevante em termos de credibilidade e governança.
- Gestão: profissional e ativa, buscando oportunidades no mercado de crédito imobiliário.
- Estratégia: o fundo atua principalmente em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que são títulos de renda fixa lastreados em operações do setor imobiliário.
- Dividendos: o guidance do fundo indica consistência na distribuição, com rendimentos alinhados ao CDI acrescido de spreads, o que garante atratividade para quem busca renda mensal.
- Diversificação: o portfólio é composto por operações pulverizadas em diferentes setores, como residencial, comercial e logístico, reduzindo riscos concentrados.
GARE11 – Guardian Logística
O GARE11 é administrado pela Guardian Asset, com foco no segmento logístico, um dos mais fortes do mercado de FIIs nos últimos anos.
- Gestão: a Guardian busca gerar valor por meio da aquisição e gestão de galpões logísticos em regiões estratégicas do Brasil.
- Estratégia: investir em imóveis logísticos de alta qualidade, com contratos atípicos e locatários de grande porte, reduzindo risco de vacância.
- Dividendos: a política do fundo tem sido distribuir rendimentos consistentes, beneficiando-se do crescimento do e-commerce e da demanda por galpões modernos.
- Diversificação: embora seja focado em logística, possui diferentes ativos geograficamente distribuídos, equilibrando exposição regional.
SNAG11 – Suno Agro FIAGRO
Diferente dos demais, o SNAG11 é um Fiagro (Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais), uma classe criada para canalizar recursos para o agronegócio, setor vital da economia brasileira.
- Gestão: feita pela Suno Asset, reconhecida pelo foco em gestão de longo prazo e alinhamento com o investidor pessoa física.
- Estratégia: atuar em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e outros instrumentos financeiros ligados ao agro, aproveitando o crescimento do setor.
- Dividendos: o guidance indica potencial de boas distribuições mensais, apoiado na solidez do agronegócio brasileiro.
- Diversificação: o fundo investe em diferentes cadeias do agro, como grãos, pecuária e logística rural, diminuindo riscos de concentração em uma única atividade.
KNSC11 – Kinea Securities
O KNSC11, gerido pela Kinea (ligada ao Itaú), é um fundo de crédito imobiliário que também aderiu à base 10, aumentando sua atratividade para investidores iniciantes.
- Gestão: altamente profissional, com a solidez de uma das maiores gestoras do país.
- Estratégia: investir em CRIs de alta qualidade, priorizando emissores sólidos e operações bem estruturadas.
- Dividendos: apresenta histórico de bons rendimentos, normalmente indexados ao CDI ou à inflação, oferecendo proteção em cenários econômicos variados.
- Diversificação: amplo portfólio de CRIs em diversos setores, desde residencial até corporativo, fortalecendo a resiliência do fundo.
Conclusão
Os fundos imobiliários de R$10 representam um movimento importante no mercado: mais acessibilidade, maior liquidez e facilidade para quem deseja começar a investir ou diversificar a carteira.
- O BTCI11 e o KNSC11 se destacam no crédito imobiliário.
- O GARE11 foca no setor logístico, um dos mais promissores.
- O SNAG11 conecta o investidor ao agronegócio por meio do Fiagro.
Cada um possui sua estratégia e perfil de risco, cabendo ao investidor avaliar qual se encaixa melhor em seus objetivos. O importante é entender que a base 10 não muda os fundamentos do fundo, mas amplia as oportunidades para quem busca renda passiva e diversificação no mercado imobiliário.